BACKPACKERS NO BRASIL

O Brasil é um dos países mais procurados quando o assunto é férias, e os backpeckers, que são viajantes independentes, buscam em suas aventuras ao redor do mundo conhecimento, novas amizades e diversão

Por: Airton Viana, Dayana Melo, Lucas Bomfim, Lucas de Oliveira, Natalia Nunes e Vitor Ibraim

Andar de bicicleta e aproveitar a vista paulistana faz parte da viagem de um backpacker. Fonte: Did’s Hostel.

Com o avanço na estrutura turística do Brasil e a facilidade que os aplicativos trouxeram no momento de se organizar uma viagem barata, os backpackers têm cada vez mais optado por explorar o país do futebol, dos ritmos, sorrisos, cores e festas.

E quem são estes backpackers?

Com a exposição do Brasil durante a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 tivemos um relevante aumento no turismo como dizem os números. Segunda pesquisa feita pelo site O GLOBO, em 2017 o turismo foi responsável pela injeção de US$ 163 bilhões no Brasil, o equivalente a 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O valor absoluto é 7% maior que o obtido em 2016. Com a exposição do país após a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 tivemos um relevante aumento no turismo como dizem os números. Os estudos apontam que o maior número de turistas são os argentinos chegando a mais de 2 milhões por ano, em segundo lugar vem os americanos seguidos pelos latinos.

Em meio a tanta diversidade, o Brasil não é considerado um dos países mais caros a ser explorado. Nasce daí o termo “backpacker”, que surge nos Estados Unidos para definir alguém que viaja com poucos recursos. “Backpack’’ em inglês significa MOCHILA, portanto os backpackers são aqueles que levam consigo tudo o que precisam em sua mochila. Aqui no Brasil o termo mais utilizado é mochileiro. Essa cultura abrange pessoas entre 16 e 80 anos que viajam explorando o mundo, na maioria das vezes, com uma verba limitada de dinheiro e o desejo de conhecer novos lugares e culturas.

Eles procuram lugares exóticos. Dormem em albergues da juventude, utilizam serviços de hospitalidade grátis e compram alimentos e bebidas em supermercados ou pequenos restaurantes locais. São geralmente muito sociais e, a todo o momento, fazem amizades com outros mochileiros pela estrada e com os habitantes das localidades visitadas.

A gente foi!

Visitamos um dos hostels mais conhecidos em São Paulo, que recebe mochileiros do mundo todo: o Bee.W.

Rooftop local para que os visitantes possam conhecer e interagir com outros hóspedes. Fonte: BEE.W HOSTEL

Localizado próximo à Avenida Paulista, o hostel bar tem capacidade para 40 mochileiros, com quartos duplos, quádruplos e até sêxtuplos. O espaço tem uma decoração moderna onde cada quarto representa um país como Índia, Alemanha e claro, o quarto Brasil. O rooftop (a cobertura) oferece uma área social com churrasqueira, mesas e jogos disponíveis para os alojados. As diárias variam de R$90,00 a R$120,00 sendo o quarto privativo, o mais caro.

Quarto com temática da Amazônia, para 4 hóspedes misto. Localizado no andar térreo, o Amazônia é o menor quarto do hostel. Fonte: BEE.W HOSTEL

Quarto com temática indiana, para 3 hóspedes. Projetado para quem quer conforto e privacidade extras ao mesmo tempo que desfruta do ambiente de estar em um hostel. Fonte: BEE.W HOSTEL

O hostel oferece uma estrutura a quem se propõe cozinhar a própria comida: no andar superior do espaço há uma cozinha com duas geladeiras, fogão, micro-ondas e armários. Disponibilizam também pequenas bolsas térmicas com um name tag (etiqueta) para colocar o nome.

Cozinhas disponíveis para os visitantes. Fonte: BEE.W HOSTEL

Aos que procuram algo mais fácil, rápido e local, logo na entrada do hostel há um bar com um menu bem brasileiro com porções de bacalhau, pão de queijo e até pasteizinhos de carne, e para acompanhar uma variedade de caipirinhas com frutas da estação.

O Hostel

Fomos recepcionados por uma simpática italiana que trabalha no alojamento desde o início de 2018. Julie Abravanelli, 23 anos, diz encantada com o país, escolheu a cidade São Paulo porque acha muito parecida com a correria e cultura de sua cidade natal, Milão. Segundo Julie, o maior número de backparckers acomodados no hostel são brasileiros, seguidos por argentinos e chilenos. A italiana informa que os lugares mais procurados pelos recém-chegados são o MASP, Parque Ibirapuera e para uma noite agitada, Rua Augusta. ​

A venezuelana Maria Alejandra Salazar, de 30 anos, hospedou-se no hostel Bee.W. É a primeira vez dela em terras brasileiras. Passou uma semana no Rio de Janeiro e estava há 3 noites em São Paulo. A backpacker conta algumas surpresas e dificuldades que já enfrentou por aqui.

Qual foi sua maior dificuldade durante sua viagem no Brasil?

Maria Alejandra Salazar - A parte mais difícil foi o idioma, porque eu não falo português e a maioria dos brasileiros não fala inglês.

Como você planejou e organizou essa viagem?

Maria Alejandra Salazar - Bom, primeiro me organizei financeiramente, não planejei em cima de uma grande quantia de dinheiro, então meu marido contatou um amigo que mora no Rio e então pude ficar lá durante minha estadia. Procurei pesquisar bastante sobre o clima antes de embarcar para trazer todo o necessário e não precisar comprar coisas aqui.

Qual seu conselho para os backpackers de primeira viagem?

Maria Alejandra Salazar - Faça um planejamento financeiro baseando-se nos gastos do dia, e pesquise sobre o país antes de embarcar.

O que te inspira em buscar novos destinos?

Maria Alejandra Salazar - Eu gosto muito de conhecer outras culturas.

Como você registrou suas experiências durante a viagem?

Maria Alejandra Salazar - Eu tirei fotos e gravei vídeos com meu celular.

Você recomendaria o estilo backpacker de viajar?

Maria Alejandra Salazar - Eu amo viajar, e quando você viaja sem muitos recursos tem a necessidade de fazer mais amizades. Isso ajuda muito a nos conhecer melhor, pois nos faz aproveitar cada momento como único. Nós só precisamos ter vontade para viajar, não muito dinheiro.

Confira a entrevista na íntegra:

https://soundcloud.com/airton-viana-384188900/backpackers-entrevista

TOPDECK

A Topdeck Travel é uma operadora de turismo australiana que oferece viagens para pessoas de 18 a 30 anos em cerca de 65 países, entre continentes como Europa, América do Norte, África, Oriente Médio, Austrália, Nova Zelândia e Ásia.

Ela é uma das principais empresas requisitadas para viajantes que pretendem fazer mochilão, mas não querem ter o trabalho de planejar toda a viagem sozinhos pesquisando voos, check-ing, check-out, onde comer, onde ir, etc.

O programa cria todo o roteiro e planejamento da viagem. O viajante contrata o pacote que mais se interessou com data pré-agendada e no dia da viagem se reúne com um grupo de pessoas aleatórias que também irão fazer mochilão para os mesmos países.

Os pacotes são criados com as exigências do viajante que irá contratar. Primeiro se escolhe o continente, os países que gostaria de visitar, tipos de acomodações (o TopDeck oferece dois tipos de hospedagem: hotéis ou acampamentos), e o qual tipo de viagem gostaria de fazer (com mais aventura, turística, ir em shows, etc). Os pacotes incluem as viagens de ônibus entre os países, refeições, acomodações, guias, e chefs de cozinha para cada grupo.

A TopDeck é diferenciada pelos serviços que oferecem para os viajantes: com guias e roteiros que passam tanto em locais emblemáticos quanto em lugares pouco conhecidos; visitas a restaurantes locais e pratos preparados por seus próprios chefs que estão à disposição de cada grupo; ônibus equipados com Wi-Fi; opção de ser seu próprio guia pelo pais, não precisa necessariamente seguir o planejamento turístico deles, assim deixando a vigem mais livre.

Top 5: aplicativos para você organizar sua viagem.

Couchsurfing - iOS | Android

Não quer gastar com hospedagem? Use o aplicativo para encontrar pessoas que oferecem acomodação dentro da própria casa, sem cobrar taxas para os viajantes.

EatWith - iOS | Android Quer conhecer mais da culinária local do destino? Com o EatWith você terá 22 mil anfitriões dispostos a te receber, para mostrar a gastronomia local, além de outros eventos onde você terá a oportunidade de juntar a fome com a vontade comer.

Pack Point - iOS | Android

Problemas na hora de organizar a mochila? Neste aplicativo você só precisa digitar destino, a duração e o tipo de viagem. É simples, o app consulta a previsão do tempo no local e ainda cria uma lista com coisas que não podem faltar na sua mochila, desde roupas até produtos de higiene.

Aroundme - iOS | Android Ficou perdido durante a viagem? Com este app você encontra uma lista completa com lojas de conveniência, farmácias, bancos, cinemas, supermercados, restaurantes e muito mais.

Transferwise - iOS | Android Quer fazer transações sem pagar taxas, ou ir ao banco? Com o Transferwise é possível! Ele permite que você compre dólar, euro e outras moedas sem precisar gastar a mais, basta transferir através do aplicativo para aquela pessoa de confiança e resgatar quando chegar ao destino. Não se esqueça que a pessoa precisa ter uma conta no exterior.