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Manifestações culturais multifacetadas em São Paulo

  • Foto do escritor: Anhembi Digital
    Anhembi Digital
  • 10 de jan. de 2019
  • 12 min de leitura
Ministério da cultura adverte sobre relações da população brasileira com museus, pode causar incêndios

Autores: Caio Andrade, Alexia Ribeiro, Julie Stefany

Na última década, mais de 800 mil trabalhadores entraram no setor da cultura, no Brasil, de acordo com o Ministério da Cultura. Essa área cresceu 56% entre o período de 2004 e 2013, em comparação as outras áreas da economia. Mas onde eles estão dentro de uma sociedade? E como podemos nos definir em um meio social? Da onde vem esse termo relacionado com união? Segundo o dicionário Aurélio, uma sociedade é a união de pessoas ligadas por ideias ou por algum interesse em comum, unidas por sua origem ou por leis que compõem uma esfera.

Os aspectos em comum de um povo delimitam quem ele é, a construção de sua caminhada mostra sua história e sua existência em si, e, por este fato, a cultura é tão essencial às pessoas. Embora haja importância com o desenvolvimento das manifestações culturais o brasileiro tem uma forte resistência com a multicultura que seu país possui, então como ele atua no espectro cultural? Mesmo muitas vezes marginalizadas, pelo contexto anterior, os espaços onde esses profissionais estão atuando são cada vez mais amplos, assim como as buscas por investimentos nos locais onde o desenvolvimento cultural acontece. Essa resistência mostra indícios que a história e a identidade de um lugar está presente e procurando forças para manterem-se.


Victória diz que o nome da banda Olirin Ti Ita veio espontaneamente, ele significa ‘fora da rua’ ou ‘músico de rua’ no dialeto africano Iorubá. Araújo completa que essa força da minha pele e de quem ela é permite que ela tenha forças para continuar inspirando e cantando por aí. “Eu acho que a música é foda, influencia muito e da melhor forma possível. A gente precisa mesmo de música e fico feliz vendo minha sobrinha também se inspirando. Eu vejo que é bom pra ela.”, ela conta. A sobrinha da cantora a via cantando e começou a participar em eventos de sua escola, hoje a artista fala que a jovem tem um talento nato e que tem muito orgulho dos cachinhos dela e de sua voz que vai, agora, ser cada vez mais aceita.

“Cada dia eu vou me aperfeiçoando, mas a gente é humano e não somos perfeitos, temos altos e baixos, apesar de tudo sou muito positiva e feliz. Nunca sou aquela pessoa que ‘ai, o dia está assim, assim, assado’, não. Tento passar coisas positivas às pessoas, mesmo se eu, pessoalmente, estou mal”, a cantora fala que embora as coisas ao redor sejam complexas, não podemos nos perder no caos, as nossas raízes são a nossa essência, a música, a cultura e a origem permite-nos continuar a caminha ao futuro.

Apresentação Olirin Ti Ita - Paulista Livre (Foto: Caio Andrade)

Esses profissionais estão todos nômades pelas ruas, apresentando sua arte ao público transtornado da capital de São Paulo, embora seja difícil a metrificação da quantidade a SPTuris fez uma pesquisa, 2012, que auxilia nos primeiros passos de identificação. Celso Reeks, grupo Nau de Ícaros, afirmou para Folha de S. Paulo: “O próprio artista vai alimentar os dados daqui para a frente”. Confira mais alguns detalhes da pesquisa realizada:


Perfil dos artistas de rua:

  • São predominantemente homens (88%);

  • A maior parcela deles tem entre 21 e 30 anos (36%);

  • Cerca de 82% são brasileiros;

  • Entre os estrangeiros, encontram-se países da América do Sul como Peru, Equador, Uruguai, Bolívia, Chile e Argentina;

  • No que diz respeito à região, 55% são do Sudeste e 35% do Nordeste;

  • Aproximadamente 62% afirmaram ter outra ocupação além da arte de rua e 60% deles afirmaram que ser artista de rua é sua principal ocupação;

  • Entre as principais motivações para a atividade estão: opção de renda (33%), paixão pela arte de rua (22%), difundir a arte e a cultura (19%) e a possibilidade de contato com o público (14%).

Manifestações artísticas:

  • A maior parte das performances é ligada à música (61%): – 30% fazem apresentações de música sertaneja;

  • 24% fazem apresentações de música andina;

  • Há 18 tipos diferentes de música-instrumental, canto, reggae, rock e outras;

  • Por volta de 16% das apresentações têm relação com dança (andina/latina, forró ou axé);

  • Outras 7% são relacionadas a artes plásticas, com destaque para pintura em azulejo;

  • O restante faz apresentações de poesia/literatura, mágica, palhaço, malabarismo, desenhista, artes cênicas, capoeira, embaixadas, fotografia, grafite, humor e mímica;

  • Como parte da infraestrutura utilizada para realização dos espetáculos, encontram-se instrumentos musicais (50%), caixa de som/amplificador (42%), figurino (32%), banco ou pedestal (27%), bateria ou gerador (26%) e microfone (24%).

Horários e locais das apresentações:

  • 71% das apresentações têm início entre às 10h e às 16h. São raras as apresentações que se iniciam antes das 8h ou depois das 20h;

  • 68% das apresentações acontecem aos sábados. Nos demais dias, a realização é homogênea, variando de 33% a 46%;

  • As regiões com maior concentração de artistas são: Sé (16%); República (12%), Paulista (12%), 25 de março (11%) e Santa Ifigênia/São Bento (9%);

  • Outra linha do SPturis realiza atualizações frequentes sobre as arrecadações e as partições da população com o turismo e a cultura ao redor do estado;

  • De acordo com o OTE (Observatório de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo), em agosto 2018, R$ 26.488.222 de reais foram arrecadados com o turismo G-13, com fechamento 9,5% em alta.

Segue abaixo gráficos sobre espaços culturais em São Paulo e outro sobre Arrecadações sobre serviços culturais.

Mas a cultura, como dito anteriormente, expande-se por diversos lugares e o incentivo particular é tão relevante quanto para a contemplação das raízes e do perfil de um lugar. O espaço Itaú Cultural é um instituto voltado para a produção e pesquisa de conteúdo e o mapeamento das raízes, além da difusão e o incentivo de manifestações artística-intelectuais ao redor da cidade paulistana. Como representante do grupo Victor Soriano, 21 anos e analista de relacionamento pleno, responde algumas perguntas sobre a importância da cultura e o papel dela relacionada com a educação.


Fotos da exposição fixa Ilê Aiyê, Itaú Cultural - (Fotos: Alexia Ribeiro)


Frase ao fim da exposição - (Foto: Alexia Ribeiro)

As lutas partem de uma premissa de resistência e batalha por permanência, reconhecimento e contiguidade. A cultura partilha desse mesmo início, pareado com a época em que é desenvolvida ela possui influências dos arredores sociais, e durante os anos em que a Ditadura Militar manteve sufocadas as expressões artísticas no Brasil, assim como a censura de qualquer manifestação contrária ao regime, o confronto por liberdade era claro.

Vladimir Herzog, o Vlado, foi jornalista, professor e cineasta brasileiro, uma vítima da violência. O secretário da Cultura de São Paulo, José Mindlin, escolheu Vladimir Herzo, para dirigir o jornalismo da TV Cultura, 1975, em 24 de outubro foi chamado para prestar esclarecimentos na sede do DOI-Codi sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sofreu torturas e, no dia seguinte, foi morto. A versão oficial da época, apresentada pelos militares, foi a de que Vladimir Herzog teria se enforcado com um cinto, e divulgaram a foto do suposto enforcamento.

Vladmir Herzog morto no DOI-Codi, em São Paulo, 1975 - (Foto Reprodução)

Em contra partida, o Centro Acadêmico Vladimir Herzog(CAVH) surgiu, 1978, em meio a ditadura militar, buscando dar voz aos futuros comunicadores em meio as censuras e opressão do período. Neste ano de 2018, a entidade completa os 40 anos de existência, construindo um marco de obstinação de sua própria história.

Na busca de representarmos com maior veracidade a tenacidade entrevistamos Lorena Alves, presidenta do CAVH, para responder algumas perguntas sobre a instituição e o aniversário da mesma:


1- O que seria o Centro Acadêmico Vladmir Herzog?

O CAVH é a Central do Aluno (CA) que representa todos os estudantes da faculdade Cásper Líbero, diferente de muitos centros acadêmicos em outras universidades do Brasil, ele representa um DCE (Diretório Central dos Estudantes) falando por todos os universitários da instituição dos cursos de: Relações Públicas, Jornalismo, Rádio, TV e Internet e Publicidade e Propaganda. Antes do CAVH existia o DA (Diretório Acadêmico da Cásper Líbero) que fazia essa função, entretanto três anos depois da morte do Vlado foi batizado esse nome do Centro Acadêmico Vladmir Herzog.

Ele é um espaço, uma entidade que representa tanto no sentido das dificuldades internas, mas também realizando atividades políticas e culturais para os estudantes. Em suma podemos falar que ele é uma ponte dos futuros comunicadores com a direção da faculdade. As reeleições são feitas ao final do ano, ao final de 2017 a gestão Entremeios foi eleita e cumpriu a posse até dezembro de 2018 (com as presidentas Thaís Chaves e Lorena Alves), agora sendo reeleita agora para 2019 (com Marina Lorenzo).

Assim mantemos nessas gestões as diretorias que acreditamos ser fundamentais: Direção de Comunicação, Direção Acadêmica, Direção Jurídica, Direção Financeira e outras, tendo essa atuação para com alunos. Em 2019 agora contamos com 27 membros.


2- Como é o cotidiano de atuação do CAVH?

Realizamos inúmeras atividades culturais. Ampliamos bastante nossa atuação nas redes sociais, nosso Facebook é bem ativo, nos comunicamos bastante com os estudos pelo Whatsapp, tem grupos de todos os representantes de sala e de centro, então aprimoramos muito o contato com os estudantes. Logo no cotidiano estamos tocando os projetos que estão no nosso plano de gestão. Antes de sermos eleitos divulgamos uma carta programa e priorizamos cumprir esses quesitos como carta programa, que foi aprovado pelos estudantes. No dia-a-dia, desenvolvemos essas tarefas o que pensamos que os estudantes.


3- Quais são os projetos que o CAVH possui?

Nesse ano destaco o projeto Faculdade vai às Urnas,2016, que promovemos os candidatos a deputado estadual, deputado federal, governador e senador, então realizamos estes quatro debates em diversas faculdades como a Faculdade Largo do São Francisco, Faculdade Getúlio Vargas, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, na PUC e mais outras, no total foram 12 organizações estudantis de São Paulo. Isso também nos aproxima da carta programa em que propomos a aproximação com a União dos Estudantes como um todo.

Outro projeto foram os cines-debates realizamos duas pré-estreias: o filme Aos Teus olhos, dirigido por Carolina Jabor, e Todas as razões para esquecer, e com esse não só fizemos a pré-estreia dele na Cásper como levamos o diretor Pedro Coutinho para explicar o processo de produção audiovisual do filme. Foi uma proposta muito focada aos estudantes de Rádio, Tv e Internet que é o curso mais audiovisual da nossa faculdade, mas também para os demais terem a oportunidade de conhecer a cultura brasileira e outras áreas, já que na Cásper não tem matéria optativa, então através desses cine-debates vimos um meio de aproximar os outros estudantes de RTVI.

Aprofundamo-nos nesses debates, pois além do que está na nossa grade precisamos nos aproximar os estudantes, porque esse é um dos papéis de um CA, Diretório Acadêmico ou DCE, etc, que é cuidar e ser um dos responsáveis pela formação cultural e política dos estudantes, pelo fato da grade curricular e dos professores não darem conta. Além dessa propostas também trouxemos outros filmes por votação como Aquarius, fazendo um debate depois com um dos professores Marco Vale.

Teve a semana dos 40 anos do CAVH que foi no final desse ano, no qual convidamos pessoas muito importantes como a Clarice Herzog e o filho do Vlado, Ivo Herzog, a Raquel Moreni importante feminista e era diretora de um dos principais jornais feministas na Ditadura Militar, Mariana Diaz, presidenta da UNE, e outras figuras marcantes, como os primeiros membros que fundaram o CAVH em 1978, para uma conversa, sendo uma semana muito significativa às atividades culturais e políticas, um deles levamos sobre um seminário: A arte na Ditadura, com Camila Ribeiro, a coordenadora de cultura e arte do CUCA da UNE, e dois professores falaram sobre produções culturais na época do regime foi uma aula que lotou a sala. Ao longo do ano tivemos outras atividades que complementaram nossos projetos.


4- Qual é o papel do CAVH para a conscientização social?

Assim como toda entidade política e que faz parte do movimento estudantil o principal papel é levar e estimular, além de contribuir a formação cultura dos estudantes como um todo. Então trazer debates, como fizemos, sobre a Reforma da Previdência, sobre a Intervenção Militar no Rio de Janeiro, são de suma importância para contribuirmos com esse debate para fora da sala de aula, buscamos que as pessoas possam aprender entre si de forma mútua, pois isso é essencial. Isso relaciona-se com o nosso papel de levar aos estudantes o que está acontecendo no Brasil e no Mundo e, também, na faculdade ligando os cursos entre si.


5- Qual é o perfil do público que mais participa das ações promovidas por vocês?

O nosso perfil está muito ligado com as pessoas que estão interessadas e são ativas na política, assim como nos nossos eventos e nas assembleias estudantis e reuniões internas de melhoria dos cursos, essas coisas mais burocráticas da Cásper, então o perfil são estudantes e quando os eventos são abertos recebemos outros alunos de faculdades e que são interessados pelas temáticas de política, Ditadura e outros assuntos que a gente discute ao longo do ano, além de tentarem criar uma faculdade mais inclusiva e com melhorias para o nosso ensino em geral, no Brasil, e no ensino privado que é importante comentar, já que a Cásper é uma faculdade privada.


6- Quais são as experiências que os eventos de aniversário estão proporcionando?

São experiências de aproximar a história da gente, pois em diversos momentos a nossa história se repete e conscientizar que temos um papel atuante no movimento estudantil, assim como, mostrar o CAVH tem muita história e que em muitos momentos resistiu. Tivemos um hiato em que o Centro Acadêmico Vladmir Herzog estava meio largado e como primeira atividade da gestão Entremeios, esse ano, foi relembrar o que é o CAVH e qual a sua importância, em 2019 vamos repetir essa ação, explicando o papel de um CA diante do Brasil e da nossa faculdade, mostrando o que temos que fazer e agir.


7- Você acredita que as pessoas têm resistência em conhecer a história?

Acredito que nem seja uma questão de resistência, mas de acesso a história ao longo dos anos e por conta disso a falta desse acesso e pela falta desses assuntos não serem discutidos ao longo de sua vivência a relevância é menor. Para prepararmos a semana dos 40 anos tivemos um trabalho de resgate de todos os anos e foi complexo. Houve dificuldades em algumas coisas até sobre o nosso estatuto que não é de fácil acesso, nosso papel de ter todo esse trabalho árduo para resgatar a história às pessoas, além é claro do próprio incentivo vindo delas. Mas acho que a palavra não é resistência, e se estamos falando no Brasil em alguns determinados momentos podemos falar que sim, que alguns preferem não conhecer a história e querem reproduzir os mesmos erros, embora acredite muito mais na falta de acesso na história influenciando o modo em que a população leva, hoje, a política no nosso país.


8- Cultura, resistência e história estão ligadas com as raízes de um povo, como você as vê atuando hoje em dia?

Acho que os polos atuais, os polos de resistência são muito importantes hoje para manter a nossa história viva, e mais importante a nossa memória vívida e o que prezamos muito no CAVH é a preservação dessa memória, falamos muito sobre o Vlado que é uma figura muito presente atualmente e que muitas pessoas deveriam conhecer. Quando falamos: “Vladmir Herzog hoje e sempre”, é exatamente pelo fato de acreditarmos que devemos conhecer a nossa história para resistir hoje, tivemos um presidente eleito que não da voz à nossa cultura e que não nos representa, logo o que sobrou é a nossa resistência, então esses espaços de cultura que representa (mais os espaços que o CAVH ocupa) o jovem e comunicador são essenciais, devemos ocupar esses lugares e promover atividades que falem sobre o nosso Brasil de verdade. É importante sabermos dos filmes que foram produzidos na Ditadura Militar e preservar e fortalecer o cinema brasileiro, precisamos fortalecer o Teatro Oficina, as pessoas precisam conhecer Zé Celso e outras figuras importantes na história do Brasil, então eu enxergo que essas raízes estão ligadas sim e que elas precisam ser mais divulgadas a todos.


9- Você participa ativamente de várias frentes de luta, como acredita que a militância é uma vertente que a cultura se expressa?

A militância é uma vertente que dá voz a tudo o que eu falei e que expressa as inquietudes do nosso povo em geral. Nossa militância no movimento estudantil ela expressa não apenas os problemas, as demandas e as vontades dos estudantes da Cásper, mas como um todo para o país.


10- Você acredita que com a tomada da presidência da república por Jair Bolsonaro as formas de resistir culturalmente podem receber um duro golpe?

Recebemos golpes durante a nossa história, como o da nossa presidenta Dilma, mas a resistência sempre esteve presente, ao redor do mundo a luta contra o fascismo é um fato dado e que essas atividades culturais mesmo na Ditadura Militar não deixaram de existir, por exemplo, o CAVH vai participar da Bienal dos Estudantes, Bienal da UNE que acontece de 6 a 10 de fevereiro e é um espaço dos estudantes mostrarem as produções artísticas, é um dos grandes eventos que a UNE proporciona e que o CAVH tem muito contato com a direção dessa organização e da UEL (União Estadual de São Paulo), as quais são espaços importantes. Acredito que o Bolsonaro sendo presidente devemos resistir ainda mais com as atividades culturais e elas não deixarão de existir, mas como irão resistir e proliferar, porque nesses momentos de tensão também que a juventude se rebela e produz grandes atividades cultuais par ao nosso povo.

A foto acima em que Lorena Alves tem o microfone a mão e veste uma camiseta preta é do terça (22) de Novembro mostrando Lorena Alves discursando pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo a participar do ato convocado por eles "Temos lado no 2° turno, por direitos e democracia" para falar em nome do Centro Acadêmico Vladimir Herzog sobre o nosso comitê "Cásper é Haddad". Da mesma forma que a cultura é plataforma de lutas pela liberdade e por sua própria existência, o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro mostra mais outro golpe contra as raízes de nosso país.


Museu Nacional durante o incêndio, 2 de Setembro - (Foto Reprodução)

O acontecido foi em 2 de setembro, das 19h30 até cerca de 3h da manhã do dia seguinte, quando o incêndio foi contido, um acervo estimado em 20 milhões de itens era consumido freneticamente pelas chamas. Os bombeiros, enquanto isso, enfrentavam problemas na captação de água, dada a falta de carga nos hidrantes. O palácio não possui um contingente contra incêndios mesmo com as antigas e precárias instalações. O descaso que foi escancarado pelo epistemicídio na instituição mostrou que a população brasileira como um todo não reconhece museus e teatros como um lugar de entretenimento ao nível dos grandes american blockbusters dos cinemas.

Além da exclusão de sua miscigenação histórica é somada a essa barreira a falta de proatividade das pessoas pela busca de conhecimento e, principalmente, pela informação que um forte remédio contra a bolha criada pelas massificações comunicativas. A batalha pela sobrevivência do passado que compartilhamos e a resistência contra as barreiras da ignorância de hoje são os principais paradigmas atuais.

 
 
 

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